Fuentenebro

Este afã levou-os a encontrar vinhas muito velhas, com cerca de 100 anos, em Burgos e Soria. Para além disso, estão situadas a uma altitude de 900 metros acima do nível do mar. Mas o caminho para chegar a estas videiras robustas e resistentes não foi fácil, nem rápido. Foram três anos de trabalho exaustivo que culminaram num projeto que vale bem a pena seguir o rasto.

E sim, estamos a falar de vinhas sobreviventes, porque é isso que elas são, e não apenas devido à sua idade, pois estamos a falar de vinhas pré-filoxera que já resistiram mais do que as suas contemporâneas. São vinhas que se adaptaram a solos pouco profundos, aprofundando as suas raízes até chegarem a um leito de calcário. E se a isto juntarmos um clima de extremos como o que temos aqui, estamos, sem dúvida, perante plantas que souberam adaptar-se e prosperar, tirando o máximo partido das suas circunstâncias.

Mas valeu a pena o esforço de as encontrar e de elaborar vinhos a partir dos seus frutos. Nestas terras altas da Ribera del Duero, a qualidade das uvas é excecional. De muito baixo rendimento, sim, mas rica em matizes e de grande vigor.

Assim, o resultado deste trabalho são vinhos de produções contidas que nos mostram que o classicismo da região é interpretável, fresco e muito agradável.