Château Haut-Brion

Em 1488, nasce Jean de Pontac, o verdadeiro fundador da propriedade. A 23 de abril de 1525, o 'monsieur' de Pontac, com trinta e sete anos de idade e funcionário do registo civil e penal do parlamento de Bordéus, casa com Jeanne de Bellon. Como parte do dote, 'mademoiselle' de Bellon, filha do presidente da câmara de Libourne, contribuiu com o terreno conhecido como Haut-Brion, na aldeia de Pessac.

Jean de Pontac concebeu e construiu o château. Um dos homens mais poderosos de Bordéus, Pontac casou-se três vezes, teve 15 filhos e viveu até aos cento e um anos. O seu quarto filho, Arnaud II de Pontac, bispo de Bazas, herdou a maior parte das terras de Haut-Brion, mas não o château.

Um dos descendentes de Pontac, Arnaud de Pontac, interessou-se muito pelas vinhas que rodeavam o palácio. Viticultor experiente, adoptou técnicas como a fortificação e a trasfega dos barris e realizou provas para verificar o envelhecimento dos seus vinhos. O Haut-Brion de Arnaud de Pontac era uma novidade e ficou conhecido em Inglaterra como o “novo clarete francês”. 

No final do século XVII, a fama do vinho Haut-Brion espalhou-se por toda a Europa. O jornalista Samuel Pepys provou o vinho em 10 de abril de 1663, na Royal Oak Tavern, em Londres, e escreveu mais tarde este famoso parágrafo: “Ali bebi uma espécie de vinho francês chamado Ho-Bryan que tinha o melhor e mais especial paladar que eu já havia encontrado”.

Em 1855, a Câmara de Comércio de Bordéus, em nome do Comité da Exposição Universal de Paris, adoptou a classificação das grandes colheitas da Gironda. Sessenta e dois vinhos foram considerados dignos de serem incluídos, e apenas quatro receberam a honra de Premier Cru. Entre eles, o Haut-Brion, na companhia de Lafite, Margaux e Latour. Mais tarde, em 1973, o Château Mouton Rothschild foi incluído.