Fitapreta Vinhos

Conheceram-se num jantar familiar. Booth era mais velho, consultor para várias adegas e com um passado filantrópico. No seu primeiro encontro, Maçanita provocou-o com um comentário que os levou a iniciar uma amizade “o problema da indústria do vinho são os consultores”, disse-lhe.

Nos seguintes meses, acompanhou Booth nas suas visitas às quintas e aprendeu sobre vinhas e produtores. Em 2004, propôs a Booth elaborar um vinho juntos e depois de uma primeira negativa, foi na segunda tentativa quando nascia Preta 2004, em Herdade da Malhadinha Nova, um vinho que iria ganhar o Trophy Alentejo no International Wine Challenge, após 22 anos sem que nenhum vinho o conseguisse. 

Fitapreta é uma empresa que começou graças à contribuição de dois “amigos enganados e familiares”, como António gosta de dizer, ou seja, com algum dinheiro do seu tio, da sua mãe e do seu pai. Durante três anos vinificaram as suas criações em adegas de terceiros, aproveitando o excesso de uvas no Alentejo.

Em 2007 mudaram-se para Outeiro da Esquila, onde começaram a elaborar 70 toneladas de uva. Depois de 10 anos chegariam a elaborar 440 toneladas. 

Em 2015 a empresa começa uma nova pesquisa sobre uma certa propriedade, um palácio medieval do século XIV que depois de uma obra as suas paredes foram revestidas com espessas placas de cortiça de 6 centímetros. O Palácio do Morgado de Oliveira é uma das edificações mais antigas de Évora, ao qual acrescentaram um edifício contemporâneo desenhado por Tiago Sobral. 

As vinhas rodeiam todos os edifícios, realçando e enquadrando as suas formas volumétricas. Ao mesmo tempo, o estacionamento do pátio central está escondido. As ruínas de um antigo moinho, que uma vez abasteceu a região, servem como ponto de partida para receber visitantes e devolver o caráter agrícola à propriedade.